quinta-feira, setembro 06, 2007

Eu estava pensando
"Para quê"? Como que quem fica descrente de tudo e de todos, decepcionado;
E pensei "para quê"?
Sempre foi assim...
Agora, mais do que nunca, eu sei: é assim
E, de tanta decepção, angústia e arrependimento quase enlouqueci.
Faleu para a Raquel
"ah, sabe? Eu fico me sentindo uma merda, uma pessoa deplorável, chata, descartável, insuportável, prepotente... Fico me sentindo um lixo!"
"Fabiana? Que isso? Tá maluca??? Ficou maluca? Olha pra mim: da onde vc tirou essas idéias loucas? Chata? Insuportável? Fabi, pelo amor de deus, tira isso da sua cabeça"
"Ah, rs, eu sei. Não, claro, era brincadeira, exagero, forma de falar..."
"Na boa, Fabi, manda tomar no cu, cara. Vc é mt importante pra deixar que as pessoas façam isso com vc! Vc tem que gostar mais de vc, tem que confiar. Poxa, as pessoas gostam de vc. Manda tomar no cu quem te faz sentir assim, Fabi..."
"É, tem razão... Mas é, brother... sei lá.... eu vou sentir saudade; já estou sentindo saudade..."
...Não consigo me lembrar do resto...
Mas, é isso...
Num mundo de orgulhos, desculpa é coisa de alejado e delicadeza coisa de viado!

terça-feira, setembro 04, 2007

"Enquanto se está estudando Kant pra se estar fazendo uma prova"

A Larissa disse "somos duas problemáticas"
Eu disse "duas? Eu não sou não, só se você for"
"Eu sou", disse ela. "Você também é, tá?"
"Sou nada", repliquei.
"Claro que é. Eu também sou. Você se acha normal?"
"Não. Mas também não sou problemática"
"Ah, eu sou. E eu adoro ser problemática, sabe?! Posso pensar mais em mim, me conhecer mais... É bom ser problemática. Vai dizer que você não se sente assim?"
"Eu não, Larissa, fala sério! Eu tenho problemas, mas não sou problemática"
"Ah, pois eu sou!"

sábado, setembro 01, 2007

As vésperas da gota d'água

Testa a gente não olha.
A nossa testa a gente não enxerga, só a dos outros.
O que está escrito é o outro que sabe, é ele que lê, desvenda e interpreta.
Acontece que o olhar do outro, a atitudes dele, o comportamente, tudo isso, nos dá uma certa pista do que está na nossa testa.
Na minha deve estar escrita "idiota" ou "otária".
Entre essas duas palavras, poucas outras mais me vêm a cabeça.
Entre uma e outra, eu apostaria num ponto e vírgula. Juntas.
Pensei que era coisa da minha cabeça, desfiz, re-fiz, inventei. Nada.
Um narcisismo de rinoceronte e uma testa na frente costuma não dar muito certo.
Rinocerontes são sempre fortes, brutais, marcam presença, ocupam espaço e nada, nada, na frente deles é obstáculo - rinocerontes são rinocerontes.
Acontece que tem a testa.
Tem a minha testa.
Tem a "otária; idiota" na frente.
Renocerontes fazem estragos e machucam.
Nunca entendi muito bem para que servia uma testa, mas sempre senti muita dor.

quinta-feira, agosto 30, 2007

Eu falei aquilo para ela, porque eu precisava.
Estava há muito tempo entalado na garganta, me impedia respirar, sorrir e até mesmo comer.
Eu necessitava falar aquela frase, daquele jeito, bem como ensaiei durante tempos.
Saiu inteira, num só suspiro, para não ser cortada e negada mais uma vez.
Falei como bem havia ensaiado. Não podia mais sair daquele lugar sem falar isso. Me entalava.
E vi seu olhar.
Um olhar de quase pena, compaixão e saiu, quase que inevitavelmente, uma frase que estava sufocada "Eu sei".
Foi o "eu sei" mais sincero e mais profundo que já ouvi em toda minha vida.
Como ela sabe, eu não sei. Mas só de ouvir isso, me senti como que no colo de uma mãe que tem 25h para estar com um bebê recem-nascido...
Bastou isso.
Me sentia mais leve.
Não houveram mais palavras...
Ela se levantou e estendeu os braços. Eu, como sempre encabulada, abaixei a cabeça, mas levantei os olhos.
Parte minha aliviada, parte minha encucada - como ela sabia? Como para ela era tão claro, tão evidente, tão compreensivo?
Retraiu um pouco os braços, pegou minha mão e disse "Estou aqui". Foi o estou aqui mais aliviante desde meus 7 anos.
Aquele dia vai ficar marcado. Para mim, certamente, para ela, não sei. Têm mais 20 que falam, fazem, impactam, pedem, exigem, doam, deitam, correm, se calam...
Eu sei que precisava dizer aquilo. Uma das coisas mais profundas que já disse de mim, e que me sinto aliviada... Essa frase precisava sair da minha boca.
Essa ressonância precisa sair dos meus pensamentos, das minhas idéias, da minha cabeça.
Eu preciso me -reinventar.

quarta-feira, agosto 29, 2007

Seria melhor se eu andasse com uma placa grande presa na testa. Assim, quem sabe, eles entenderiam...
Assim, quem sabe, teriam mais cuidado ao falar, ao agir... Tentariam ser mais compreensivos, mais delicados.... Talvez menos grossos e agressivos...
Talvez eu até conseguiria a tão custosa confiança.
Talvez.
Nada é certo.
Uma vez eu tentei. Me iludi, despenquei.
Outra vez, a mesma coisa.
Mais uma.
Da última vez não foi muito diferente.
É uma solidão isolada.
Dói que aperta o coração.
Era assim quando eu tinha mais ou menos 13 anos.
Os mesmos pensamentos, os mesmos desejos, medos... As mesmas angústias, as mesmas reclamações. A mesma dolorosa e ardida solidão, a mesma dor no peito...
É um filme se repetindo.
E eu me afundando.
Eu poderia gritar por um só segundo e saíria da minha boca um desgosto que entala e não me deixa respirar. Um grito como uma lamúria. Uma lamúria como um desespero.
E eu me afundando.
Sequer os versos podem ser rimados
Eles estão jogados, perdidos, embaraçados...
Tanta coisa na minha cabeça, tanto desejo, tanta angústia, tanta dor.
Eu tô cada vez me afundando.
E quase, quase, por um fiozinho, desistindo. E de vez.
Save me, if you can, I need. I can't hold on so much longer.
Alguém que tire essa solidão do meu peito,
pelo amor do que quer que acredite!

sexta-feira, agosto 24, 2007

Até quando?

Até quando vou ficar disfarçando, fingindi, despistando, dizendo que tá tudo bem, que eu tô bem e que não preciso de ninguém?
Até quando eu vou enganar aos outros, como se enganasse a mim mesma?
Até quando vou continuar caindo nesse abismo em silêncio, calada?
Até quando esse medo constante vai me impedir de viver minha vida?
Até quando eu aguento ficar me machucando, me punindo, me massacrando?
Até quando esse grito contido e esse choro prendido vão continuar tirando meu sono, meu ar, meus pensamentos?
Até quando?
Estou ficando cansada....

quarta-feira, agosto 22, 2007

Eu queria, mais do que queria, precisava te dizer isso: às vezes eu acho que não vou conseguir.
Às vezes eu acho que isso vai ser para sempre.
Há algum tempo acreditei no amor. Tentei, juro!
Caminhei demais até ficar cansada de tanto procurar, de tanto tentar, fazer apostas...
Não achei.
Desculpe.
Acho que não vai dar.
Agora eu acho que desse jeito não vai dar.
Não posso mais viver assim...
Desculpe.
Acho que não consigo
Não consigo mais me olhar no espelho, ouvir minha própria voz, ver meus repetitivos erros, colocar as mesmas roupas.
Eu desacreditei, cansei, chorei.